domingo, 31 de agosto de 2014

Parte 1 - Grande Sertão: Veredas - Maria Bethânia - Parte 1







Trecho do romance de João Guimarães Rosa, Grande Sertão: veredas, narrado por Maria Bethânia
INSPIRADA NO POEMA  " TRADUZIR-SE " DE Ferreira Gullar

Uma parte de mim é sorridente,
Outra parte não vive contente

Uma parte de mim é estranha e contagiante
Outra parte é normal e elegante

Uma parte de mim quer se calar
Outra parte quer protestar.

Uma parte de mim é estimulada,
A outra é dissimulada.

Uma parte de mim é coração
A outra parte solidão
.
Uma parte de mim é uma viagem,
A outra é linguagem.

Uma parte de mim é querer,
Outra parte é poder.

Uma parte de mim é leal,
A outra, radical.

De parte em parte é assim:
Posso traduzir um pouco de mim!


sábado, 22 de fevereiro de 2014

Deus, obrigada por mais um ano de vida!!!


.Com o passar dos anos... não apenas envelhecemos...
.
Mas... Amadurecemos... os sonhos da vida..

Conquistamos, perdemos, choramos, somamos, dividimos ...
ganhamos experiência... alcançamos objetivos...
AH !!! As dádivas que DEUS me presenteou....os  meus dois amores que vida me deu de presente FERNANDA minha Fé e LUANA minha Lu.....razão maior de todas as minhas lutas....

Fazemos amizades ... algumas verdadeiras e eternas...

Outras passageiras e fugazes...
Ah...estas deixam muitas saudades!

Colecionamos alegrias, tristezas... Emoções...
Paixões... ah! Como fazem bem ao coração!

Realizamos sonhos, sonhamos outros tantos...
Sonhar é bom demais, não?
Mas ... viver um sonho realizado é melhor ainda!

Hoje mais uma janela, ou outras se abrem diante de meus olhos..

Hoje vou mergulhar dentro do meu ser..
E fazer uma viagem pelos anos de minha vida...
Percorrer os mais remotos dias ... pesar... rever...moderar...
E se preciso for...contrabalançar... equilibrar...voltar...

É ... os anos são implacáveis... mas, insubstituíveis...
Nada substitui a vida...

Quero com sabedoria Com força interior...
Esperança..alegria... fé... amor...
E sempre com um sorriso largo... otimista...
Característica minha... minha marca registrada...

Procurar ser melhor do que já fui um dia...
E a cada dia.. cada ano, vividos
... dar graças a Deus...

Hoje quero colocar no rosto um sorriso especial...
o mais lindo que houver...
e quero me dar de presente...
dar de presente aos meus queridos...
ah...como vocês são especiais!
E como são importantes na minha vida!

Darei um sorriso especial a vocês, meus amigos...
Para os meus velhos Amigos...
Para os meus novos Amigos...

Meu mais sincero sorriso...aquele que sai da alma
Transpassa o coração e flui cheio de emoção!

Hoje é meu aniversário... huhuuuuuu!!!
Mais um ano!

E graças a Deus...tenho muitos motivos para sorrir...

Para vocês, que estão aqui, que vieram aqui...

Meu mais sincero sorriso...aquele que sai da alma
Transpassa o coração e flui cheio de emoção!

Mais um ano de vida... huhuuuuu!!!!!!!!! Obrigada Senhor por todas as bençãos!

SALVE SALVE  23 / 02 / 2014


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Lya Luft UM BAND-AID NA ALMA (Artigo publicado em edição impressa de VEJA )


UM DOS TEXTOS MAIS BELOS QUE JÁ VÍ!!




“Celebrar é vital – e nada como algumas datas marcadas para lembrar que a vida não é apenas luta; é também a possível alegria”




Não  gosto de escrever sobre datas marcadas, mas às vezes acontece. Em cada virada de ano somos sacudidos por sentimentos positivos e negativos quanto a essas festas que para muitos são tormento.
Vale a história do copo meio cheio ou meio vazio. Para alguns é tempo de melancolia: choramos os que morreram, os que nos traíram, os que foram embora, os desejos frustrados, os sonhos perdidos, a fortuna dissipada, o emprego ruim, o salário pior ainda, a família pouco amorosa, a situação do país, do mundo, de tudo.
Muitos acorrem aos consultórios de psicólogos e psiquiatras: haja curativo para nossa mágoa e autovitimização.
Se formos mais otimistas, encararemos o ano passado, a vida passada, o eu que já fomos, como transições naturais. Não é preciso encarar a juventude, os primeiros sucessos, o começo de uma relação que já foi encantada, como perda irremediável: tudo continua com a gente.
Em lugar de detestar estes dias, podemos inventar e até curtir qualquer celebração que reúna amigos ou família. Não é essencial ser religioso: se os sentimentos, a família, as amizades, a relação amorosa forem áridos, invocar Deus não vai adiantar. Mas celebrar é vital – e nada como algumas datas marcadas para lembrar que a vida não é apenas luta; é também a possível alegria.
Não precisa ser com champanhe caro nem presentes que vão nos endividar pelo ano inteiro: basta algum gesto afetuoso verdadeiro, um calor humano que abrande aquelas feridas da alma que sempre temos.
Quanto aos projetos, é melhor evitar aquela lista de impossíveis. Importa cuidar mais da relação, ser mais gentil com os pais e menos crítico com os filhos, falar mais com os amigos, sair da redoma da amargura e abrir-se para o outro.
Ser fiel, ser sincero, ser bondoso: a primeira coisa num namorado ou namorada, eu dizia sempre a meus filhos e hoje digo aos netos, é que seja uma boa pessoa, leal, gentil. O grosseiro é inadmissível. O ignorante é uma tristeza. O falso, cínico ou infiel, é bom manter longe. Mas ainda que sem brilho, um bom amor, um bom amigo, um bom pai e mãe, um bom filho, fazem a festa.
O resto são castanhas e espumantes, ou – para quem não bebe – qualquer coisa que faça cócegas no coração. Que faça sorrir. Mesmo para os descrentes, nestes dias algo mágico circula por este mundo nem sempre bonito nem bom. mas, se nosso projeto for o eterno perder 10 quilos, conseguir (isso não se consegue, acontece…) uma namorada gostosa ou um marido rico – ou, quem sabe, uma parceira carinhosa -, ganhar na loteria, vingar-se dos desafetos e mostrar quem é o bom, é melhor esquecer: não valerão a pena a festa nem o novo ano, pois vai ser tudo mentira, oco e vazio.
Também é aconselhável deixar em segundo plano nestas datas a ideia de consertar o país: não vamos reinventar a democracia, a justiça, a igualdade, a honradez e o bem-estar geral.  Não vamos evitar o desperdício de dinheiro nosso, o abandono dos flagelados, o horror das prisões, as falhas na justiça, a violência, a insegurança, enfim, deixa pra lá.
Vale mandar um pensamento, e, se for o caso, uma oração, aos que vivem privações emocionais ou materiais, que trabalham além do humanamente suportável, que perderam o amor de sua vida ou um filho amado, que foram esquecidos e decepcionados, que nesta data não vão escutar nem uma voz cálida ao telefone.
E, para as nossas dores pessoais inevitáveis, a gente inventa um metafórico curativo para que o coração se comova, o sorriso se abra, o abraço encerre aqueles a quem dedicamos – e nos dedicam – algum afeto verdadeiro.
Repito que valem todos os projetos e afetos, banais ou ousados, mas possíveis. Podem ser pequenos como um Band-Aid: apesar dos nossos defeitos, a boa vontade, a gentileza, a licença que nos daremos para agradecer o dom da vida hão de nos iluminar melhor do que as antigas velas ou as modernas luzinhas.
Vamos nos permitir, sobretudo, a alegria perdida no cansaço de tanta correria. Ela ainda existe: sabendo procurar, a gente a encontra.

 Lya Luft